sexta-feira, 23 de outubro de 2020

                                             HÁ MORTE NA PANELA 


“Depois Eliseu voltou para Gilgal. Nesse tempo a fome assolava a região. Quando os discípulos dos profetas estavam reunidos com ele, ordenou ao seu servo: “Ponha o caldeirão no fogo e faça um ensopado para estes homens.” (2 Reis 4:38, NVI)

Referência: II REIS 4.38-41

EXÓRDIO:
Aquela era uma época de grande fome na terra (II Re 8.1; 6.24-30). O povo andava inquieto. As pessoas andavam desesperadas, sôfregas, procurando alimento por toda parte. Estavam prontas a comer qualquer coisas que lhes acalmasse a fome. A cabeça de um jumento era vendida por 80 ciclos de prata.
Foi nesse tempo que Eliseu estava palestrando no seminário, para os discípulos dos profetas. Embora houvesse escassez de pão na terra, havia abundante pão do céu.
Eliseu manda fazer um cozinhado. Mas o homem que saiu ao campo a procurar ervas, trouxe veneno em vez de alimento. E quando todos já estavam se fartando da refeição, soou o grito: “Morte na panela ó homem de Deus.” A morte espiritual principia no prato onde comemos.
Queremos extrair algumas lições para a nossa reflexão:

I. A MORTE NA PANELA PODE EXISTIR DENTRO DE UMA ESTRUTURA SÓLIDA E ORGANIZADA

1. Havia ensino religioso
Aqui, estão os estudantes de teologia, no seminário de Eliseu, na Escola de Profetas. Estão diante de um grande professor. Um homem de poder. Um santo homem de Deus. Um homem que jamais negociou seus absolutos nem mercadejou seu ministério. Nesse tempo é que houve esse dramático clamor: “Morte na panela ó homem de Deus.”
2. Havia comunhão religiosa
A fome, a pobreza, a crise, longe de quebrar a comunhão dos filhos dos profetas, os estreitou ainda mais. Eles estavam juntos na crise. Mas numa comunidade onde reina comunhão pode existir “morte na panela.”
3. Havia liderança forte e ungida
Eliseu era um profeta de grande destaque em Israel. Era um santo homem de Deus, em quem repousava o Espírito do Senhor. Um homem poderoso em obras e instrumento valioso para a realização de estupendos milagres. Mas mesmo neste contexto havia morte na panela.

II. A MORTE NA PANELA É UMA REALIDADE DOLOROSA NA VIDA DA IGREJA

Muitos estão buscando alimento. Os homens estão como ovelhas inquietas, famintas e sem o cuidado do pastor. Estão buscando pastos verdes. E quando encontram novidades, logo as abraçam com sofreguidão. “Então saiu ao campo para apanhar ervas, e achou uma trepadeira silvestre…”.
A trepadeira é viçosa, é luxuriante, é frondosa, deve dar fruto bom. Há muitas coisas, muitos ensinos que são arrojados, desafiadores, bonitos, impactantes, mas não são bíblicos, são venenosos.

1. O fruto venenoso
Os discípulos dos profetas comeram veneno pensando estar se alimentando de coisa boa. Acharam parecidos. O joio é parecido com o trigo. Mas um é veneno, o outro é alimento. Vemos nesse fato, duas lições:
a) O perigo de ser enganado pelas aparências =
Às vezes. As coisas não são o que parecem ser. Os erros mais perigosos são aqueles que parecem com a verdade. A meia verdade é mais perigosa que a mentira, pois se torna mais sutil, menos perceptível, por isso mais penetrante. Normalmente, as seitas como Testemunhas de Jeová, Mórmons e Adventistas têm muito ensino bíblico em sua doutrina, têm muita coisa boa, certa, verdadeira. Mas nem tudo é verdade, há veneno no meio do alimento, há morte na panela. Há negação e distorção de verdades essenciais do cristianismo. O todo do Evangelho fica comprometido. A sã doutrina é solapada. A pureza do Evangelho é diluída num caldo mortífero de heresias que grassam no conjunto doutrinário dessas seitas.

Precisamos exercer discernimento (Hb 5.14). Não podemos comer todo alimento que se serve em nome de Deus. Existem muitas pregações fantásticas, ensinos arrebatadores que mexem com as emoções e sacodem com as estruturas da vida humana que estão contaminadas por veneno perigoso.

O diabo gosta de citar a Bíblia. Ele citou a Bíblia para Jesus no deserto. Mas o diabo usa a Bíblia contra a Bíblia. Ele usa a Bíblia para tentar. Ele cita a Bíblia fora do contexto, por pretexto. Ele cita a Bíblia pelas metades, torcendo o seu sentido. Assim, nem toda pessoa que anda com a Bíblia, prega a Bíblia. A Bíblia na mão do diabo não é Palavra de Deus, é palavra do diabo, é tentação (Mt 4.1-10).
Exemplo: A TEOLOGIA DO DOMÍNIO

Muitos pregadores estão hoje levando os crentes a afirmarem: O BRASIL É DO SENHOR JESUS. POVO DE DEUS DECLARE ISTO. Não é através de uma declaração ou de uma frase mágica que nós vamos ver a transformação moral e espiritual do nosso país, mas através da pregação do Evangelho.

A verdade hoje está sendo atacada não apenas nas ruas, mas nos púlpitos, nos livros, nas conferências. Muitos pensam que o crescimento numérico das igrejas é o único referencial da bênção de Deus. Mas esse não pode ser o ponto nevrálgico, pois também os Muçulmanos, os budistas e os espíritas crescem. Nem tudo o que cresce é de Deus. Em João 6, a multidão ao ouvir um duro discurso de Jesus, o deixou e não mais o seguiu.

b) As nossas melhores intenções não transformam a natureza do alimento que recebemos
Muitas pessoas hoje pregam heresias e depois dizem: esta não foi a minha intenção. Exemplo: A mulher que bebeu sulfito de bário.
Minha intenção não altera a qualidade do alimento que recebo.
A sinceridade não nos isenta das conseqüências das nossas ações.
O fato de você não saber que um alimento é venenoso, não o torna saudável.

EXEMPLO:
– Confissão positiva de Kenneth Hagin ou Teologia da Prosperidade = Esta teologia diz que todo crente deve viver endinheirado, morar em mansão, desfilar em carrões, jamais ficar doente e possuir a natureza divina. Esse teologia gera frustração, decepção. Essa visão não tem base bíblica. Isso é uma heresia. O apóstolo Pedro disse para o paralítico que jazia à porta do templo: “Não tenho ouro e nem prata…”. Homens santos de Deus foram acometidos de graves enfermidades ou sofreram profundamente como João Calvino, David Brainerd, Robert McKeyne, Charles Haddon Spurgeon, Ashbel Green Simonton. Outros hoje, enfrentam uma outra decepção: a de ser declarado curado pelos pregadores em nome de Deus e continuarem convivendo com o drama da enfermidade. Estes pregadores oferecem um consolo vazio. Prometem as pessoas aquilo que Deus não promete. Dizem em nome de Deus o que Deus não está falando. Torcem, inventam, mentem em nome de Deus. E quando as pessoas frustradas e decepcionadas se chocam com a dramática realidade de que não estão curadas, recebem ainda um outro fardo: você não foi curado, porque você está em pecado ou porque você não tem fé. Esses pregoeiros estudaram na escola dos amigos de Jó. São consoladores que em vez de trazer alívio atam fardos pesados sobre as pessoas, que falam em nome de Deus o que Deus não lhes disse e prometem em nome de Deus o que o Senhor nunca prometeu. Eles furtam as palavras de Deus ao povo.

– O abuso dos milagres
a) Marcar o culto dos milagres = Não há base bíblica para isto. Não somos donos da agenda de Deus. Muitos desses milagres são prometidos e nunca se cumprem. Outros são forjados para sugestionar o auditório. Exemplo: Mauro – Você está curado da AIDS. Ele morreu depois de um mês em terrível desespero e revolta.
b) Sensacionalismo = O sopro de Benny Hinn – jogar paletó. Tudo aquilo que não tem base bíblica devemos rejeitar. Precisamos passar tudo pelo crivo das Escrituras. Devemos ser como os crentes bereanos. O único exemplo de soprar no VT é de Deus (Gn 2.7) no NT é de Jesus (Jo 20.11).
c) A prática de cair no espírito = Martyn Lloid-Jones fala sobre a diferença de cair pelo poder do Espírito e cair por uma histeria carnal. Se uma pessoa cai e levanta do mesmo jeito, sua vida não mudou, seu caráter não foi transformado, então esse fenômeno não passou de uma histeria carnal, de uma encenação teatral. Mas se a pessoa cai, chora, se quebranta e levanta transformada, então isso é obra do Espírito, porque histeria carnal não transforma ninguém.
d) A unção do riso = A bênção de Toronto. A gargalhada sagrada. A congregação toda rindo descontroladamente, mesmo diante de situações extremamente graves.
e) Falcatruas = Milagres eletrônicos. Petter Poppoff apontava as pessoas mencionando seus nomes, problemas, doenças – dados passados pela esposa. Em 1986 a máscara caiu. Havia um pequeno aparelho no seu ouvido de onde recebia as informações da esposa.

2. A oportuna descoberta

2.1. Um ingrediente venenoso destrói o valor de todo o alimento
A) O Exagero na Batalha Espiritual
– Pessoas que vêem demônio em tudo. Não chegam em uma casa sem exorcizarem os demônios que estão dentro de casa, na igreja
– Pessoas que confundem demônio com obras da carne = demônio da avareza, da prostituição, da mentira, da morte (DEMÔNIOS DERROTADOS)
– Pessoas que vivem amarrando demônios em vez de pregar a Palavra do Evangelho libertador.
– Pessoas que vivem dando nome de demônios que a Bíblia não revela, por revelação do próprio diabo que é o pai da mentira (PORCOS NA SALA).
– Pessoas expulsando demônios de crentes nascido de novo. O que aconteceu com a conversão? Pastor, missionário, presbítero, líder de denominação pode ficar possesso, mas crente nascido de novo não pode.
– Pessoas pregando sobre espíritos territoriais (descobrir o demônio controlador da cidade) = Dizem que o nome da cidade revela sua história espiritual. Se assim fosse Vitória e Salvador não teriam problemas espirituais.

B) O Exagero na Oferta Bíblica
– A oferta é bíblico, mas há igrejas hoje mercadejando o Evangelho. Comercializam a fé. Arrancam o dinheiro do povo sem escrúpulo. Elaboram mecanismos eivados de misticismo pagão como óleo ungido, rosa ungida, lenço ungido, água fluidificada, para tirar dinheiro dos incautos.
– O desempenho de muitos pastores e igrejas é medido pela quantidade de dinheiro que se arrecada.
– Nessas igrejas os meios estão confusos com os fins. A igreja cresce para arrecadar mais dinheiro ou se arrecada mais dinheiro para a igreja crescer.
– Estamos vendo novamente a famigerada doutrina da Idade Média das indulgências, só que agora no meio evangélico. A bênção é comprada. Quando mais dá, mais bênção.

C) O Exagero na Cura Divina
– A cura divina é bíblico, mas hoje se prega que toda doença vem do maligno.
– Prega-se hoje que o crente não pode ficar doente. Não ser curado é falta de fé ou pecado.
– A vontade de Deus é sempre curar. A doença precisa ser repreendida como se repreende um espírito maligno.
– Existe hoje muito embuste e muita frustração nesse campo. Muitas pessoas deixaram de tomar os remédios por causa de uma promessa segura de cura e depois de perceberem que não estavam curadas ficaram decepcionadas com Deus. Mas esses profetas da cura não foram enviados por Deus, não falaram em nome de Deus, eles usaram o nome de Deus, mas Deus não tem compromisso com eles.

D) O Exagero na doutrina da bênção e maldição
– Tiram o caminho da santificação para o caminho da quebra de maldição = pornografia, adultério e depressão.
– Doença hereditária ou maldição herdada = João 9, II Coríntios 5.17.
– A Bíblia fala de homens piedosos tendo filhos rebeldes Ex. Josafá – Jeorão; Ezequias-Manassés.
– A Bíblia fala de homens ímpios tendo filhos santos . Ex. Abias – Asa; Jotão – Acaz
– Há aqueles que falam sobre a maldição de nomes próprios, como se o nome em si já acarretasse maldição. Isso não tem base bíblica. Vejamos: Absalão = Pai da paz; Daniel e seus três amigos tiveram nomes mudados para nomes pagãos; Judas = louvor; Bar Jesus = Filho de Jesus – era mágico; Apolo = destruidor – mas ele era poderoso nas Escrituras.

E) O Exagero na questão dos dons
– Hoje há uma super ênfase na questão dos dons, como elemento comprovador de uma vida piedosa e poderosa.
– Carisma sem caráter. Pessoas sendo guiadas por visões, revelações, sonhos sem o referencial da Palavra de Deus.

2.2. É preciso identificar a morte na panela em tempo oportuno “…e não puderam comer…”
– I Co 14.39 = … os outros julguem
– I Jo 4.1 = Provai os espíritos
– I Tm 4.1 = doutrinas de demônios
– Jesus não só pregou a verdade, mas denunciou o erro = caldo mortífero do legalismo.
– Paulo denunciou as doutrinas falsas = judaísmo, gnosticismo, liberalismo = viver no pecado para que a graça seja mais abundante; misticismo = água do Jordão, rosa ungida, copo de água sobre o rádio e a televisão.

III. A MORTE NA PANELA É CURADA

1. A cura pela árvore cortada
2. A cura pelo sal
3. A cura pela farinha = Palavra no poder do Espírito Santo

– A morte é afastada quando colocamos na Panela a genuína Palavra de Deus. Prega a Palavra, só a Palavra. Toda a Palavra.
– Hoje muitas igrejas não querem doutrina – só querem experiência. Querem jogar seus catecismos e confissões de fé no caixote de lixo.
– Somos filhos da Reforma; SOLA SCRIPTURA. Temos que ser crentes bereanos, examinando tudo que lemos e ouvimos pelo crivo das Escrituras.
– É tempo de buscarmos um avivamento que tenha a Bíblia como centro, como aconteceu no Avivamento apostólico e nos outros grandes avivamentos ao longo da história. Que seja assim. Amém!

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quinta-feira, 30 de julho de 2020

                     

                         A ovelha perdida

Base bíblica: Lucas 15:1-7


Os fariseus começaram a comentar que Jesus andava e comia com pecadores, ao ouvir isso Jesus respondeu:

Se vocês tivessem 100 ovelhas e perdessem uma, não iriam deixar as 99 para procurar a que se perdeu? E quando achasse a ovelha perdida não iria coloca-la sobre os ombros se alegrar e chamar os amigos e vizinhos para comemorar?

“Eu digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se. Lucas 15:7”

Mensagem

Com essa parábola Jesus ensinou:

  1. O valor de cada um aos olhos de Deus

Não importa o quão degenerado um ser humano possa se tornar Deus sempre irá em direção a ele.  Jesus foi criticado por andar com o que hoje chamaríamos de maus elementos, cobradores de impostos (traidores de seu próprio povo), prostitutas e estrangeiros pagãos. Essa critica veio da casta religiosa da época, que em muitas vezes se julgavam superiores aos olhos de Deus.

Jesus sendo o único realmente santo desceu ao nível de pecadores para encontra-los.

E desceu a um nível tão profundo que encontrou homens endemoniados, crianças esquizofrênicas, mulheres devassas e uma multidão assolada pela miséria e pela doença.

O que Jesus enxergava nessas pessoas que o fazia amá-las?

Ele enxergava a imagem de seu Pai (GN 1:26) impressa na alma de cada uma delas, imagem esta manchada por um mar de pecado e perversidade.

Ele enxergava ovelhas andando a esmo a beira de um precipício.

É muito fácil perdermos de vista o valor que Deus dá a cada um. Observamos as coisas terríveis que as pessoas podem fazer: o abandono de uma criança, uma traição, a desonestidade e o egoísmo em todas as suas formas, e damos eco a fala dos religiosos da época de Jesus “não queremos contato com esse tipo de gente”.

Passamos a vida sentados no sofá de nossa casa, apavoradas com o noticiário, com o que as pessoas são capazes de fazer. Erguemos muros em volta de nós mesmos e de nossas famílias, queremos distância de “maus elementos”.

Que Jesus nos ensine a resgatar o perdido e a descer mais fundo para dentro do abismo de pecado em que eles se encontram. Mas que sempre lembremos que foi exatamente desse mesmo abismo que Ele nos tirou também.

  1. Deus é um pastor e está em ação

Umas das primeiras vezes em que a figura do pastor é associada ao caráter de Deus é no salmos 23 de Davi “o Senhor é meu Pastor”.  Jesus fez uso dessa comparação mais uma vez porque queria nos mostrar a natureza amorosa de Deus na busca pelo perdido.  Assim como um pastor cuida de suas frágeis ovelhas Deus cuida de nós e não deseja que nos afastemos Dele.

  1. Um ato isolado em nosso mundo reverbera em todo o cosmo

A última parte da parábola diz que o arrependimento de alguém aqui na terra gera uma explosão de alegria e festa nos céus. Muitas vezes as coisas realmente significativas  não parecem muito fantásticas aos nossos olhos, elas não vem com trilha sonora ou com efeitos pirotécnicos. Mas se pudéssemos ver além de nossas 3 dimensões ficaríamos surpresos em presenciar a alegria dos anjos e o sorriso estampado de Deus por uma alma arrependida.

Paul idni

louvado seja Deus 

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